Que tipos de adultos somos? Que tipos de crianças estamos
formando?
Nesta copa do mundo criou-se uma infinidade de memes. Eles
chegam diretamente aos nossos celulares via aplicativo de mensagens instantâneas
ou aparecem em sua timeline nas redes sociais.
É engraçado? Faz você rir?
Mas em que você tem se alegrado?
Recentemente estão utilizando uma foto de um torcedor com a
bandeira do Brasil e atribuindo a ele a vitória do time brasileiro no último
jogo. Alguns deste memes atribuem ao homem o diagnóstico de um distúrbio mental
grave: a psicopatia! Fico pensando quem é esse homem? Quem será sua
família? Ou seus amigos? Será que eles estão se divertindo com tudo isso?
Vivo falando pros meus aluninhos: “só é brincadeira se os dois estão se
divertindo, se você está rindo e seu coleguinha está chateado ou chorando com a
“brincadeira” ou “comentário” tem alguma coisa errada aí”.
Crescemos vendo nossos pais assistindo “videocasssetadas” na
TV, onde a família inteira morria de rir do tombo de alguém que muitas vezes se
machucou feio. Hoje fazemos o mesmo com nossas crianças ensinamos o tempo todo como se diverte. Ensinamos, sem esforço algum, que é divertido fazer chacota da aparência de pessoas que não conhecemos, que devemos rir quando alguém se prejudica. Criamos
memes e espalhamos por aí.
Depois queremos combater o bullying! Discursamos do quanto o bullying é prejudicial, causando em
casos extremos até mesmo o suicídio e criticamos nossas crianças e adolescentes
por praticarem o bullying. Mas quem está ensinando isto a elas?
Talvez eu seja chata demais, mas eu acredito no que falo aos
meus alunos: se só um lado está se divertindo tem coisa errada aí.
O que está acontecendo com nossa geração? Há tantas formas
de nos alegrar e nos divertir, formas que não precisam utilizar a imagem de
pessoas pra arrancar o sorriso do rosto de alguém.
Se ultimamente estas são as únicas coisas que te divertem ou
fazem você rir, talvez tenha algo muito errado aí dentro.
